quarta-feira, 30 de maio de 2012

Alma Dadivosa

Ajoelhar-me  
pegar tua alma ao colo
esquentar teu hálito
avivar teus ossos
lamber tuas chagas
acender teu fogo interno
aprumar tuas asas
afoguear teu coração
soltar teus fantasmas
colocar-me em mãos postas
benzer-te
lavar-te em água benta
aconchegar-te vagarosamente
no âmago do meu peito...
E, como consequência final das minhas expectativas
alinhar meu corpo em oração
rezar-te em súplicas
no silêncio e na doçura das ave-marias
à sombra do crepúsculo
e derramar-me virtuosamente pelas veredas
do silêncio de tua alma...
Jussara Petry
Imagem: Google
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domingo, 27 de maio de 2012

Tua Voz



De tão longe vem tua voz,
tua voz a murmurar.
De tão longe vem tua voz
que o vento faz chegar.

Carinho que me afaga
lábios a sussurrar,
emaranha meus cabelos,
suave brisa a passar.

Por sobre as ondas
pensamentos parecem viajar.
Nada nos separa,
nemcéu, nem mesmo o mar.

Fecho os olhos,
em silêncio fico a sonhar...
com tua voz que até mim chega
em noites de luar...

Renate Gigel

Imagem: Google

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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Os Dias Outonais



Para mim, o outono
É a mais dourada  das estações.
As folhas dos plátanos
Pincelam de ouro a paisagem,
Deixando os caminhos mais agradáveis.

Os dias outonais são mornos e lânguidos,
E os raios do sol, não tão fortes,
Deixam o céu parecer mais azul.

O frio chega de mansinho,
O orvalho deixa as manhãs mais úmidas,
E as noites mais gélidas
Fazem com que as pessoas
Busquem mais achego e aconchego.

Terezinha Brandenburger
Imagem: Google
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sábado, 19 de maio de 2012

Meu Outono







































Faz-se outono em minha vida,
diz minha certidão,
e desperta sabor de despedida.

Faz-se outono em meu rosto,
diz meu espelho,
que desgosto!

Outono em meus ossos,
meu corpo,
em descompassos!

Mas a janela de meus olhos,
com o brilho de um novo sol,
vislumbram novo arrebol.

Ao virar, avista a estrada trilhada,
" -Quanta experiência!"
descubro, deslumbrada.

Hoje, como em qualquer outro momento,
pulsa a vida,
Agita o ser, perpassa tempo e vento!

Que seria de mim, se outrora,
em franca primavera estacionasse?
Não teria outono, sequer aurora.

Renate Gigel

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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Maria Evangelizadora





















Maria, mãe dos pecadores,
Abençoa esta terra brasileira;
Escuta dos teus filhos os clamores!

Ensina-nos ó, Mãe, a caridade,
Vem confortar os doentes e esquecidos;
Abençoa os que buscam a verdade.
Nas estradas da vida nos conduz;
Guarda em teu coração, nossos pedidos
E guia nossos passos a Jesus!
Liberta-nos do egoísmo e da omissão;
Induz teus filhos à fraternidade!
Zela por todas as mães desta Nação!
Ajuda aos que lutam pela paz mundial;  
Dai-lhes força e coragem na missão;
Olha com carinho os jovens e as crianças;
Roga a teu Filho para que os livre do mal;
Acende em seus corações a esperança!

 (Em homenagem à Nossa Senhora no mês de maio.)


Zulma de Bem

Imagem: Google

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Ode à Maria José: Minha mãe



A luz rompeu com as vestes da noite
Fez-se uma
Possuiu a treva
Uma menina tomou forma perante uma rosa
A rosa, mirou-se nela
curvou-se
despetalou-se
fez-se Mulher

Uma mulher entra na roda viva
canta a ciranda do amor para outro
inebriam-se na mesma melodia
fundem-se na mesma luz
formando uma sombra
e perdem-se numa solidão a dois
e lançam no silêncio
o sêmen do amor

E a flor que ainda era botão
jorra além de suas dimensões
E assemelhando-se ao pôr do sol
rasguei o mundo
e num primeiro choro
lancei meu desafio
Nasci
Cresci
As coisas cresceram comigo
cristalizando-se nos vãos que abriram-se em mim
ante o peso do tempo sem fim

Cresci
Mas, nem o tempo
nem as rugas
me separarão de ti
Ainda
durmo em tuas pálpebras jamais enfeitiçadas pelo sono
Ainda
me alimento da força que suguei dos teus seios
e que me anima
Ainda estou presa a ti pelo cordão umbilical
que me protege e nos estreita
fazendo-te
a mulher de todos os dias
para todas as noites
A mulher dentre todas as mulheres - MINHA MÃE
a onda mansa que beija a praia deserta
deixando vestígios de espuma roubada do mar
e, que no fim do dia,
não sabe sequer quantas vezes por ali passou
...resistindo sempre ao sopro mortífero da ausência e da saudade
em mim

(Mãe...Que as águas do Rosa te sejam leve e que a brisa que corre te sopre sempre para dentro de mim)

Jussara Petry

Imagem: Google

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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Mãe Diferente



Nunca me encaixei no perfil de mãe enaltecido nas mensagens de dias das mães, nas descrições padrão daquelas mães que sofrem no paraíso, que amam incondicionalmente, até o dia em que recebi do colégio de minha filha, a mensagem “MÃES MÁS”. Ufa! Até que enfim, lembraram de mães iguais a mim.

As mães que cobram responsabilidade de seus filhos, que lhes dão tarefas para fazer, que lhes dão cereais e suco, em vez de Coca-Cola e batata frita, que tiram seus filhos da frente do computador e lhes mandam brincar ao ar livre, num dia de sol, que fazem questão de conhecer os amigos de seus filhos, que sabem que o quarto de seu filho é apenas uma parte de sua casa e não um território privado, que lhes ensina que quando começa escurecer é hora de vir para casa.

Eu não sei o que é “amar incondicionalmente”, pois não aprovaria um ato ilícito de meu filho, mostraria claramente minha decepção se ele contrariasse os bons ensinamentos que lhe dei. Não lhe daria total razão se houvesse alguma reclamação da professora, do colega, primeiro escutaria as duas partes e depois, de uma forma educativa, chegaria numa conciliação ou num pedido de desculpas.

Cuidei sempre para ter uma firme e clara linha de pensamento e vivi minha vida como o exemplo a ser seguido. Sem hipocrisia ou falso moralismo, mas com bondade, simplicidade, sem nenhum sentimento ruim no coração.

Espero, mais tarde, ouvir meus filhos falando para meus netos as mesmas frases do final da mensagem MÃES MÁS: “-Por causa de nossa mãe, perdemos imensas experiências da adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido com drogas, roubos, atos de vandalismos, nem fomos presos por nenhum crime.”

E que ao educar seus filhos eles lembrem de serem “PAIS MAUS”, tal como eu fui.


Aida Pietzarka

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domingo, 6 de maio de 2012

Juras de Amor


















Oh
!  Que saudades que eu tenho
Das nossas juras de amor
Naquele banco do jardim,
Sob a luz do luar!

Das palavras murmuradas,
Dos beijos prolongados,
Das carícias tão sonhadas!

Nosso amor não era mais segredo!
E a lua encabulada,
Tentou esconder-se,
Mas sua sombra era prateada!


Terezinha Brandenburger
Imagem: Google
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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ser Mítico



Há um ser mítico
misterioso,
potente
que rege o ciclo das ondas do mar..

Chuááá... chuááá... chuááá...

Rege o mar,
rege as ondas,
voga sob elas,
dirige-as para lá e para cá.

Chuááá... chuááá... chuááá...

Ora corre na frente,
ora  voa em círculos,
ou quebra-se antes,
ritmando-as num vaivém eterno.

Chuááá... chuááá... chuááá...

Lambe as praias,
as pernas dos banhistas,
enrosca-se nelas
e brinca, e ri.

Chuááá... chuááá... chuááá...

À vezes pula contra rochedos,
sobre dunas,
mas sente saudade
e volta ao marulho das ondas do mar.

Chuááá... chuááá... chuááá...

Não se deixa enganar,
enrosca-se nas redes,
vira os barcos,
engole os anzóis.

Chuááá... chuááá... chuááá...

E pula, e brinca, e ri,
dança e canta,
embeleza e encanta,
faz rir e chorar.

Chuááá... chuááá... chuááá...

Há um ser mítico
misterioso,
potente
nas ondas do mar.

Chuááá... chuááá... chuááá...

Liti Belinha Rheinheimer

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